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31 julho, 2006

Selvageria

Não sou nenhum fã de futebol. Pelo menos há mais de 20-25 anos que não sou mais tão fã como eu era quando pequeno. Naquela época eu ficava louco nas transmissões dos grenais, e mais louco ainda quando o Grêmio perdia de virada nos últimos minutos.

Mas depois dos eventos deste último domingo, 30/07, resolvi escrever um pouco sobre a selvageria cometida pela assim chamada "torcida" gremista
no Beira-Rio. Sob o pretexto de que haviam apenas 5 banheiros químicos disponíveis, alguns torcedores resolveram quebrar os banheiros, levá-los para a arquibancada, tocar na "coréia" e incendiar os mesmos. Imaginem o perigo que todos no estádio correram. E se não bastasse terem tocado fogo, quando os bombeiros chegaram foram atacados. A polícia deve que protegê-los para que o fogo fosse debelado.

Sou gremista, mas sou totalmente a favor de uma punição exemplar para o Grêmio. Fala-se de 10 jogos de perda de mando de campo e uma multa de até R$200 mil. O que provavelmente irá acontecer.

Fala-se que o culpado foi o próprio Inter, que liberou um estádio com os banheiros em obras, que disponibilizar tão poucos banheiros químicos, para tanta gente, foi errado. Mas mesmo que isso seja algo realmente razoável, nada justifica as ações que ocorreram.

E antes destes eventos lamentáveis, houve briga entre torcedores dos dois times e entre torcedores do Grêmio e a polícia.

Infelizmente, a direção do Grêmio não foi dura e rápida o suficiente no seu pronunciamento. Ela deveria ter sido contra o incidente desde logo. Apesar de agora ter no site oficial uma nota se pronunciando contra o incidente, suspendendo temporariamente as torcidas organizadas e dando todo o apoio possível a direção colorada (original aqui).

Realmente, foi um domingo triste.

25 julho, 2006

Lá e de volta outra vez - parte 2

Terça-feira, dia 25. Este foi o dia em que fui falar com meu ex-futuro-chefe. Fizemos uma rápida entrevista de emprego, ele me questionou a parte financeira, meu novo cargo e minha nova função. Passamos no RH e resolvemos mais alguns detalhes.

O lado não muito legal da volta foi o receio que meu chefe passou, em relação ao meu antigo comportamento. Parece que minhas atitudes em relação a turma serão meu maior obstáculo nesta volta. Como falei para ele, e estou falando para mim, vou ter que não me esquecer do que passei no antigo emprego, em relação a 'pessoinha'. Como pensei hoje, na volta do almoço: me vi no espelho e não gostei do que vi.

Mas enquanto tudo parece andar rápido na antiga-nova empresa, na atual tudo anda devagar.

Avisei minha atual gerente do meu desligamento na quarta pela manhã. Ficamos 1hr conversando, explicando o porque de que querer sair, para onde iria, fazer o que, o que teria de ruim na empresa, dando feedback para a gerente sobre ela, etc, etc...

No entanto, até agora, ainda não pude contar para os demais (a pedido da gerente), pois o senior manager precisa ser avisado e ainda não voltou do exterior. Mas como falei com a gerente hoje, não faz sentido eu ficar muito tempo mais; o que tenho para fazer é pouco, e começar alguma coisa agora é complicado, pois não teria como terminar. E meu novo chefe já me ligou novamente, querendo saber se tenho uma data concreta.

Acho que amanhã, se não tiver uma resposta até o final da tarde, terei que botar pressão no pessoal, dizendo que estão precisando de mim o quanto antes, que a situação mudou e fica difícil esperarem até o dia 14 de agosto.

Sinceramente, acabou-se a vontade de ir trabalhar. E não poder avisar do porque não quero fazer alguma coisa também é complicado.


22 julho, 2006

Lá e de volta outra vez

Há sete meses, em 19 de dezembro de 2005 para ser preciso, estive fazendo o que há muito quis: trocar de empresa. Foram 6 anos no mesmo local.

As motivações para a saída foram várias: conhecer outras pessoas, tecnologias, outro tipo de negócio, aprender coisas novas, praticar meu inglês com mais freqüência, e principalmente (pelo menos naquela época) trabalhar para uma empresa que era conhecida por ter um ótimo ambiente de trabalho (segundo pesquisas em revistas, e boca-a-boca).

Bem, fiz tudo isso neste tempo. Porém, as coisas não terminaram do jeito que eu esperava.

Mas porque voltar para um lugar que eu muito critiquei, e por um bom tempo ? Uma série de coisas vinham passeando pela minha mente desde que eu sai. E algumas foram se infiltrando durante o tempo em que estive na nova empresa. Difícil colocar os sentimentos em palavras. Várias coisas me influenciaram:
  • O que me foi dito por ex-novamente-colega, que eu me sentia "traído" por não ter a ajuda esperada das outras pessoas. Ou seja, não era bem o local que era o problema;
  • Uma falta de atitude da minha parte, como a minha "terapeuta" colocou. Esta falta de atitude foi notada na empresa atual, mas pensando no assunto, ela muito me fez falta na empresa anterior. Tivesse feito isso antes, teria evitado muito stress desnecessário;
  • Pessoas complicadas (para ficar no politicamente correto) existem em qualquer lugar. Mas eu consegui encontrar a pessoa mais complicada e sinceramente, insuportável, da minha vida toda. Já ficamos mais tempo com os colegas de trabalho do que com a família. Imaginei isso com alguém que é arrogante ao extremo;
  • O fato de ter tido uma gerente que mesmo sabendo da falta de skill na área em que fui contratado, me deu pouco apoio. Já tinha acontecido comigo de ter chegado numa empresa e ter sido pouco orientado. Mas a situação era diferente. Ter ido parar em 2 projetos complicados, com pessoas complicadas, e sem orientação de gente experiente foi muito frustrante;
Na quarta-feira, dia 12 de julho, depois de muita frustração, "convoquei" meus dois amigos, e fomos ao Cavanhas, beber, comer e eu reclamar da minha vida profissional. Depois de muita conversa, com os dois se fazendo de advogados do diabo, saímos, eu convencido de que deveria mudar de empresa. O caminho mais fácil sendo a volta para a anterior.

Na segunda, dia 17 de julho, envio um email para meu antigo gerente. Dia 19 estávamos indo almoçar, e no dia 20 recebi a notícia que eu estava sendo aceito de volta (tanto pelo gerente, que havia prometido não mais recontratar alguém, como pelo chefe dele, e pelos antigos colegas de equipe). Devo ter me vendido muito bem naquele almoço (cheguei na empresa, fomos para um restaurante "chique", conversamos bastante, paguei a conta e entreguei meu CV atualizado).

No dia 21 liguei para meu ex-futuro-chefe, e marcamos de acertar as bases no dia 25.

Dia 24 vai ser o dia de falar com minha futura-ex-chefe, informando que vou sair.

Era isso. Vamos ver no que isso tudo vai dar. No caderno de empregos da Zero Hora de 23 de julho tem uma reportagem sobre funcionários que trocam uma empresa por outra, e depois voltam. A idéia passada é que isso não é ruim para a imagem da pessoa, pois pode mostrar que se foi re-contratado, era porque tinha competência (eles nada falaram sobre pessoas que decidem por conta voltar, mas acho que o mesmo se aplica para ambas as situações: escolher voltar por conta e ser chamado pela antiga empresa).

Varig, Varig, Varig...

E o sonhou acabou, podemos dizer.

Depois de muitas idas e vindas, a empresa foi finalmente vendida. E por um valor irrisório, diga-se de passagem. US$24 milhões. Isso deve dar para comprar 1 ou 2 aviões. Segundo li na Zero Hora de sexta, a companinha já teve a marca avaliada na casa de bilhões, com um ativo ao redor desta cifra.

Foi um final triste para uma empresa que estava na alma gaúcha. Felizmente tive a chance de voar de Varig.

A questão agora será o destino de quase 8 mil funcionários que serão demitidos.

Mas que o que aconteceu sirva de exemplo, de como não se deve gerenciar uma empresa.